Árvore do mês
Por Eduardo Luís Martins
Catharino
Engenheiro Agrônomo, mestre em Botânica e pesquisador científico do Instituto de Botânica de São Paulo
Engenheiro Agrônomo, mestre em Botânica e pesquisador científico do Instituto de Botânica de São Paulo
Araucária
Nome popular: Araucária, pinheiro-do-Paraná, pinheiro-brasileiro.
Família: Araucariaceae
Espécie: Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze
Nome popular: Araucária, pinheiro-do-Paraná, pinheiro-brasileiro.
Família: Araucariaceae
Espécie: Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze
Já denominada de Araucaria
brasiliensis, o pinheiro-do-Paraná, ou simplesmente "araucária", é
uma elegante árvore, com copa em forma de taça, característica das florestas
úmidas e de climas mais amenos do sul do Brasil. Todos conhecem seus
"frutos", o famoso pinhão. Esta bela árvore já foi mais comum na
região do Planalto Paulistano mais ainda empresta sua graça à paisagem de nossa
região.
Sua semente, o popular
"pinhão" das festas de junho, era uma das bases da alimentação dos
indígenas ou aborígenes do sul, que conheciam várias formas de consumo e
conservação. Seus pinhões são também muito apreciados por animais. A
gralha-azul, pássaro típico das florestas de pinhais, dissemina a espécie
quando esconde, enterrando os pinhões, para consumi-los depois. Os pinhões
esquecidos vão produzir as novas árvores.
É espécie dióica (duas casas do
grego; di, dois ou duas e oikos, casa), possuindo árvores de sexo separado,
masculinas e femininas. O segundo nome da espécie, "angustifolia", do
latim, lembra angústia ou dor, pelas suas folhas pontiagudas, que machucam como
uma agulha.
Sua madeira de boa qualidade é
excelente para vários usos, tendo sido produto comercial e de exportação do
país. Isto levou à criação do extinto Instituto Nacional do Pinho, um dos
nossos primeiros órgãos de controle florestal, o qual, juntamente com outros
órgãos de pesquisa ou controle da exploração florestal, deram origem ao IBDF,
atual IBAMA. No entanto, o extrativismo durante centenas de anos quase levou a
espécie à extinção. Atualmente é protegida por lei, sendo plantada
comercialmente para obtenção de pasta de celulose e madeira.
No caso de nossa região, há uma
discussão científica, no meio de botânicos e fitogeográfos, se a araucária
seria de ocorrência natural ou plantada pelo homem. Estudos que estamos
realizando na região do Morro Grande, têm demonstrado que a espécie, além de
plantada, ocorre naturalmente na região, com populações de pinhões menores e
mais espessos. As plantadas normalmente são oriundas do sul (PR, SC ou RS), e
têm pinhões mais longos e finos, muito provavelmente já cruzando com as
naturais.
Além desta característica, o
ornitólogo Biol. Dante Buzzetti detectou, nas populações de araucárias da
Reserva Florestal do Morro Grande, um pequeno pássaro que vive exclusivamente
sobre ela, completando todo seu ciclo de vida dela dependendo. Este pássaro,
furnarídio parente do "João-de-barro", o pequeno
"grimpeirinho" (Leptasthenura setaria), ou poderíamos chamar de "grimpeirinho-da-araucária",
só foi detectado em São Paulo na região da Mantiqueira (Campos do Jordão) e na
Serra da Bocaina, exclusivo de florestas de araucárias, agora observado em
nossa região!
Pesquisa arqueológica recente
desenvolvida pelo Departamento de Ciências Florestais, da Escola de Agronomia
de Piracicaba (ESALQ/USP), comprovou ser de uma araucária, a madeira utilizada
por índios brasileiros na confecção de um barco de cerca de 6m de comprimento
encontrado em um sítio arqueológico, em Bragança Paulista, interior de São
Paulo. Segundo a fonte: "a canoa possui entre 250 a 300 anos, mais antiga
já datada no Brasil, foi feita da árvore da madeira da árvore Araucaria
angustifolia, o conhecido pinheiro-brasileiro, conífera da Família
Araucariaceae." (Notícias IPEF, Piracicaba, julho-agosto-1999). Como
vemos, a araucária é útil ao homem muito antes dos portugueses ou outros
imigrantes terem chegado por aqui, vamos respeitá-las e valorizá-las em nossa
região!
Dicas: Sendo uma das mais belas
árvores brasileiras e vegetando tão bem por aqui, deveria ser muito mais
utilizada no paisagismo de áreas amplas. A araucária prefere solos fertéis e
cresce bem exclusivamente a pleno sol. O plantio nesta época, em covas com
terra de boa qualidade, de preferência com pequena adubação e calagem
(sugestão: 300gr de calcário dolomítico e 300 gr de NPK 8-14-8, com a opção da
adição de 10 a 15 kg de húmus de minhoca - ou composto bem curtido), misturados
com a terra da cova, um mês antes do plantio (ou em coroa ao redor da cova com
pequeno revolvimento superficial). Se não tiver as mudas, os pinhões vendidos
no comércio produzem rapidamente belas mudinhas, plantando-as na horizontal
próximas da superfície do solo, em canteiros ou diretamente em saquinhos de
mudas, sempre a pleno sol e com regas abundantes.
Atividades
-
discussão a respeito das árvores em extinção no
Paraná, levantamento de dados, apresentação do texto
1- Leitura do texto
Interpretação:
2- a- Grifar as palavras desconhecidas e anota em seu
caderno, depois procure no dicionário
seu significado.
b- apresentar para os
colegas as palavras encontradas
3- encontre no caça palavras o7 palavras que tenham no texto
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4- Em grupo montar um painel a Árvore que pintamos e
descobrimos no ligue os pontos
5- Vamos criar um acróstico com a palavra Árvore
A
R
R
V
O
R
E
A ÁRVORE
“Criança, a árvore merece
A nossa estima sincera
Dá frutos doces no outono
E flores na primavera.
A nossa estima sincera
Dá frutos doces no outono
E flores na primavera.
Nunca maltrates uma árvore
A quem tudo nós devemos
Desde a madeira da porta
Ao lápis com que escrevemos
A quem tudo nós devemos
Desde a madeira da porta
Ao lápis com que escrevemos
Pois dela foi feito
O teu berço pequenino.”
Autor: Raul
Aroeira Serrano
Referencias:
Imagens retiradas do Google
www.cotianet.com.br/jornalatuante/mat019htm
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